domingo, 14 de maio de 2017


CRÔNICA POLÍTICA&POLICIAL

Nosso país é mesmo singular.
Somos conhecidos lá fora como um povo que leva muito a sério carnaval e futebol, não que isso seja propriamente um elogio, mas o que importa, não é mesmo? Afinal, salvo algumas exceções, não há brasileiro que não jogue uma bolinha nem coloque para tocar um bom pagode durante o churrasco de final de semana.
Isso pode até soar um tanto depreciativo para alguns, porém o mundo está prestes a conhecer (e a se render) a genialidade do brasileiro. Seguramente entraremos para o Livro dos Recordes.
Explico: Nossos cidadãos (centenas deles), conseguiram a proeza de escrever a maior obra de ficção do planeta de todos os tempos.
O mundo ficará (se é que já não está) impressionado com a nossa capacidade de unirmos em nossa narrativa, tantos órgãos, como Ministério Público, Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, Políticos, Empresários, Testemunhas, Delatores, Corruptos e Corruptores, para criarmos a mais completa, intrincada e "fantasiosa" obra jamais escrita por qualquer outra nação.
Nossa capacidade de inventar provas, combinar um sem número depoimentos entre pessoas que sequer se conheciam, obter gravações de voz, videos, comprovantes de depósitos bancários, enriquecimento relâmpago, é mesmo magistral.
Conseguimos até envolver organismos internacionais que, por puro interesse colaborativo na referida obra, enviaram extratos de contas bancárias, documentos de empresas offshore, empresas fantasmas, e por aí vai. Isso tudo com o único intuito de incriminar um inocente, tão puro quanto Jesus.
Um outro detalhe interessante e bastante criativo é a utilização contumaz do uso de vocábulos como, "nunca", "não", e "jamais".
Outro recorde.
No capítulo em que o personagem do Exmo (sic) ex presidente é interrogado por procuradores, o mesmo utilizou-se da palavra "não", algo em torno de 87 vezes.
Ficou assustado? Não fique!
Isso chama-se "criatividade".
Brasileiro é bom de piada, bom de samba, de jogo de cintura. Não se deixa intimidar facilmente.
Essa magnífica obra está ainda em fase de construção e há quem diga que o desfecho final só acontecerá daqui a uma década, se houver. Há muitas controvérsias nesse ponto.
Só para concluir, inúmeros intelectuais, artistas, professores, letrados, não estão poupando esforços para propor novas narrativas, novas interpretações, desfechos surpreendentes e inusitados.
A mim, humildemente, cabe apenas aplaudir e com uns outros poucos caminhar sobre os cacos realidade.

Zel Suek

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