quinta-feira, 18 de maio de 2017

O BRASIL SANGRA


Hoje estou especialmente triste.  A raça humana é a melhor e a pior das criações.

Estamos vivendo um momento de profundo caos político, ético, social e moral.

Nossos governantes  despiram-se de qualquer senso de valor, de qualquer resquício de dignidade,  expuseram as chagas mais profundas que corroem  nossa nação.

Esse queijo suíço, todo esburacado,   em que se transformou o Brasil, traga os sonhos, drena  a vida dos enfermos, desnutre os famintos, desabriga os pobres, consome a esperança do cidadão honesto que trabalha todos os dias, fomenta a violência, o tráfico de drogas,  rouba o sonho de quem estuda apostando num futuro melhor, desarma nossa polícia, sucateia o transporte público... A lista seria longa...

Além dessa dor, vejo os cidadãos comemorando efusivamente  a exposição das mazelas deste ou daquele partido... como se fosse um jogo de video game.  E eu me pergunto: Quem somos nós, o que queremos nós? Que tipo de cidadãos somos se no momento mais crítico, ao invés de nos unirmos todos em favor da Lei e da moralidade, ficamos trocando farpas escudados pela sombra da permissividade? Meu candidato roubou e foi descoberto, oba!!!! O teu também, kkkkk  Tudo na base do deboche e do cinismo.

Posso parecer arrogante, mas para mim isso é o cúmulo da imbecilidade, o ápice de toda a desonra e da indigência moral.

Precisamos explicar o óbvio?  Que seja então, o que é podre de um lado é podre do outro. 
Qual é a lógica que norteia nossos princípios, nosso código ético interno (se é que temos um)?

Penso que uma pessoa com uma inteligência mediana é capaz de discernir entre o certo e o errado, independentemente de qual figura estejamos tratando, mas o que eu vejo é uma apologia ao crime, disfarçada de justiça e de convicções partidárias. 

Ora, a vida não é uma ciência exata onde 2 mais 2 é 4. A culpa de um não inocenta o outro. O erro alheio não nos torna santos, tampouco a lei só é considerada correta quando se aplica ao  lado da “facção” que idolatramos.

Porque é exatamente isso que está acontecendo. Há uma facção no poder (em todos os níveis e partidos)  e não me venham com esse mi mi mi de legitimidade, democracia, estado de direito, respeito à constituição e outros verbetes propalados por todos os lados por papagaios que só  os repetem sem saber o que dizem, sem compreender a lógica do caos, o derradeiro momento de quebra de valores tão enfaticamente defendidos em nome das convicções políticas.

Estou sim, indignada, revoltada, miseravelmente triste e envergonhada com a cegueira, com a conivência, com o velho chavão do “quanto pior, melhor”.

Quero que se encarcerem todos os bandidos disfarçados de cidadãos impolutos, quero Justiça, com jota maiúsculo, seja joão ou seja pedro.

Enquanto os humanos teimarem em tomar como verdade apenas a verdade de conveniência estaremos fadados ao mais profundo e absoluto desalento.

E o mais grave: o que estamos ensinando aos nossos filhos? Que o crime compensa? Que a verdade é relativa? Que o fiel da balança, “balança” ao sabor da conveniência?

Prisão a todos os corruptos! Já!

E aos bobalhões de plantão, minha pena.


Zel Suek

domingo, 14 de maio de 2017


CRÔNICA POLÍTICA&POLICIAL

Nosso país é mesmo singular.
Somos conhecidos lá fora como um povo que leva muito a sério carnaval e futebol, não que isso seja propriamente um elogio, mas o que importa, não é mesmo? Afinal, salvo algumas exceções, não há brasileiro que não jogue uma bolinha nem coloque para tocar um bom pagode durante o churrasco de final de semana.
Isso pode até soar um tanto depreciativo para alguns, porém o mundo está prestes a conhecer (e a se render) a genialidade do brasileiro. Seguramente entraremos para o Livro dos Recordes.
Explico: Nossos cidadãos (centenas deles), conseguiram a proeza de escrever a maior obra de ficção do planeta de todos os tempos.
O mundo ficará (se é que já não está) impressionado com a nossa capacidade de unirmos em nossa narrativa, tantos órgãos, como Ministério Público, Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, Políticos, Empresários, Testemunhas, Delatores, Corruptos e Corruptores, para criarmos a mais completa, intrincada e "fantasiosa" obra jamais escrita por qualquer outra nação.
Nossa capacidade de inventar provas, combinar um sem número depoimentos entre pessoas que sequer se conheciam, obter gravações de voz, videos, comprovantes de depósitos bancários, enriquecimento relâmpago, é mesmo magistral.
Conseguimos até envolver organismos internacionais que, por puro interesse colaborativo na referida obra, enviaram extratos de contas bancárias, documentos de empresas offshore, empresas fantasmas, e por aí vai. Isso tudo com o único intuito de incriminar um inocente, tão puro quanto Jesus.
Um outro detalhe interessante e bastante criativo é a utilização contumaz do uso de vocábulos como, "nunca", "não", e "jamais".
Outro recorde.
No capítulo em que o personagem do Exmo (sic) ex presidente é interrogado por procuradores, o mesmo utilizou-se da palavra "não", algo em torno de 87 vezes.
Ficou assustado? Não fique!
Isso chama-se "criatividade".
Brasileiro é bom de piada, bom de samba, de jogo de cintura. Não se deixa intimidar facilmente.
Essa magnífica obra está ainda em fase de construção e há quem diga que o desfecho final só acontecerá daqui a uma década, se houver. Há muitas controvérsias nesse ponto.
Só para concluir, inúmeros intelectuais, artistas, professores, letrados, não estão poupando esforços para propor novas narrativas, novas interpretações, desfechos surpreendentes e inusitados.
A mim, humildemente, cabe apenas aplaudir e com uns outros poucos caminhar sobre os cacos realidade.

Zel Suek