O sangue começou a pingar gotas tímidas e cintilantes,
os cortes foram se alargando, novas fendas se abrindo,
a carne rasgando...
E o sangue começou a jorrar, tingindo de vermelho a porta tão esmurrada.
A porta! A porta que nunca se abriu!
Mãos cansadas, vermelhas, ensanguentadas...
O sangue correndo, inundando a sala, enchendo o ar
com seu odor.
E tudo ficou submerso, nervosamente empapado...
As mãos se erguiam, como que pedindo socorro,
mas o socorro não veio, nem antes, nem nunca...
Então, o mundo inteiro mergulhou no líquido viscoso,
vermelho, grosso, liguento...
Um anjo que passava distraído pelo céu, avistou a Terra
e percebeu que ela deixara de ser azul.
20/06/1995
Zel Suek
Nenhum comentário:
Postar um comentário