sexta-feira, 21 de outubro de 2016

ALMA ERRANTE







Minha alma encharcada de desilusões recolheu-se em si mesma num grande e sepulcral silêncio.
Amores se foram, ilusões esmagadas, esperanças mortas...

Este é o triste retrato desta minha maltrapilha alma que vaga errante num mundo que não compreende.

Basta de crenças, basta de véus, basta de súplicas.

A verdade é nua e esfrega sua nudez nos meus olhos cansados da fealdade da vida.

Para mim, foi cedo demais... e demorada demais.

Alma andarilha pelos escarpados caminhos da existência que raras vezes experimentou o êxtase da felicidade.

Hoje ela está encolhida, acuada, resignada com sua própria ruína.

Não há nela nem sonhos, nem lástimas, apenas a consciência de seu destino construído de derrotas e dias sombrios.

Não há mais Luz, nem certezas, nem um único sonhar. Apenas a entrega, a compreensão de sua pequenez diante de um mundo hostil, que premia os infelizes trapaceiros, os aduladores, os de conduta e moral baratas.

Onde está o meu verdadeiro Eu?
 
Isso é tudo o que a vida pode oferecer? Migalhas de alegria? Sonhos que se desfazem tal qual castelos de areia tragados pelo mar?
 
Quisera eu ter a resposta.
 
Mas o mundo está em silêncio.
 
Zel Suek